Réus no processo do incêndio na Kiss podem depor em 2015

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 Familiares penduram cartazes na fachada da Kiss após limpeza do prédio (Foto: Bruna Taschetto/RBS TV)

     A tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, completou dois anos neste 27/01 sem que ninguém tenha sido condenado pelo incêndio que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. O principal processo em andamento, o que trata dos homicídios, segue sem previsão de julgamento, mas pode ter etapas importantes em 2015. Entre elas uma possível reconstituição dentro da casa noturna e os depoimentos dos quatro acusados.

     Respondem por homícidio doloso e tentativas de homicídios os sócios da boate Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fangangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. O depoimento deles perante o juíz será a última etapa da fase deinstrução do processo e vai preceder a decisão do magistrado se eles irão a júri (em caso de homicídio doloso) ou não (em caso de desclassificação para homicídio culposo, impronúncia ou absolvição).

     O juiz Ulysses Fonseca Louzada, responsável pelo caso, em entrevista ao canal de TV do Judiciário, concedida em dezembro, o magistrado fez um balanço de todo o processo criminal e disse que não estabelece "nenhum prazo" para o depoimento dos réus. Mas pelo andamento do processo são grandes as chances disso ocorrer ainda em 2015.

     "O interrogatório dos réus é o último ato. É quando eles já terão a leitura, a visão de tudo que foi colocado no processo. É o momento de oportunizar a eles de falarem, se eles quiserem. É um direito dado pela Constituição. Pode ser importante por se tratar de um momento em que falarão com a pessoa que vai emitir um juízo de certeza a respeito deles", explicou Louzada.

     O processo teve início em 3 de abril de 2013, quando o juiz aceitou as denúncias do Ministério Público. De lá para ca, a Justiça já tomou depoimentos de 144 sobreviventes arrolados como vítimas, de 16 testemunhas de acusação e de mais 50 testemunhas de defesa. A expectativa era terminar essa fase em 2014, mas ainda faltam três depoimentos por carta precatória nos estados do Rio de Janeiro, paraná e Mato Grosso do Sul, que devem ser encerrados até o dia 3 de março.

     Quando essa fase for concluída, o juíz vai ouvir 24 peritos, entre os quais os responsáveis pelo laudo oficial sobre a tragédia na Kiss. Há ainda um pedido das defesas para que mais testemunhas sejam ouvidas, o que será analisado pelo magistrado. Após a conclusão processual, ou seja, de oitiva de testemunhas, o juiz decidirá se haverá ou não a reconstituição da noite da tragédia.

Fonte: G1 RS